Sociedade

Saiba quais são as 4 formas de poder

Alguns pontos fundamentam o imaginário humano desde os primórdios da filosofia ocidental. Nesse sentido, fundamentar quais são os aspectos mais relevantes do poder é essencial.

Uma das tarefas mais inglórias do ponto de vista filosófico é tratar de questões que parecem simples.

Afinal de contas, a história é muito longa e abarca uma série de modalidades de pensamentos que, via de regra, acabam sendo conflitantes.

A democracia platônica, por milênios, foi deixada de lado em detrimento de uma perspectiva medievalista.

Dentro dessa época mesmo, alguns modelos foram conflitantes entre si. Uma de suas principais expressões foi a retomada filosófica pela escolástica.

Até mesmo o conceito de liberdade foi ganhando novos contornos com o passar dos séculos.

O que fundamentava a liberdade na Grécia, por exemplo, era a escravidão de outras pessoas.

Já dentro das revoluções liberais, essa fundamentação passa pela manutenção e garantia da propriedade privada.

Seja como for, as conceituações vão se estabelecendo de forma bastante amplificada com o passar dos anos.

A medicina de Hipócrates não é a mesma que propicia o implante coclear moderno para deficientes auditivos.

Sendo assim, essas inovações da modernidade não serão o que vão fundamentar as relações futuras.

Por isso, para ter em mente como entender quais são os fundamentos do poder, é preciso seguir alguns passos essenciais, como:

  • Analisar a historicidade do termo;
  • Ter uma abordagem epistemológica;
  • Entender seus aspectos ontológicos;
  • Utilizar um crivo metodológico.

O primeiro ponto faz referência a uma das abordagens mais necessárias em qualquer horizonte filosófico: a historicidade.

Ou seja, a partir da compreensão de como aquele conceito se materializa e depende do seu momento histórico para se manifestar de uma forma ou de outra.

Assim como as placas comemorativas em vidro se manifestam de acordo com os memes e linguagens do seus tempo, as conceituações também fazem isso.

Além disso, é preciso ir além e se aprofundar ainda mais no caráter epistemológico desse tipo de abordagem.

Quando o assunto é poder, é preciso entender, sobretudo, o que fundamenta o conhecimento que o fará ser conhecido.

Pode parecer complexo, mas é mais simples do que parece. Afinal de contas, a epistemologia é o estudo do conhecimento como categoria filosófica.

Sendo assim, até ele está propenso aos questionamentos mais profundos que ele mesmo propicia.

Se o objeto de estudo for uma caixa para lanche grande, por exemplo, é possível analisar a sua composição, mas, também, é possível compreender quais foram os conhecimentos que a materializam.

Outro ponto essencial é a relação desses aspectos com uma ontologia, de modo geral trata do estudo ser social. Isso significa entender se aquele ponto tem algum aspecto que fundamenta o ser.

Nesse sentido, é possível entender se o poder seria um aspecto inerente aos seres humanos ou uma categoria social.

É possível entender o trabalho como uma categoria ontológica. Ou seja, ulterior à natureza e anterior ao ser.

Afinal de contas, se não fosse essa categoria, não seria possível produzir um projeto galpão metálico.

Por fim, o último critério que é preciso ter em mente é, justamente, que todo conhecimento precisa passar por um crivo metodológico.

Assim como nas ciências exatas, as humanas também têm seus métodos que garantem uma certa exatidão nas análises.

Aparência e essência

O primeiro ponto que deve ser levado em consideração quando se fala de poder é, justamente, a relação entre a aparência e a essência.

Afinal de contas, se tudo que se apresenta fosse o suficiente para entender aquele fenômeno, não precisaria de estudo nenhum.

Assim como um espectador comum começa a entender a essência de um filme através de um curso roteiro de cinema, um filósofo tem a mesma iluminação a partir das análises dos fenômenos.

Antes da filosofia pré-socrática que, fundamentalmente, teve como um de seus expoentes iniciais o Tales de Mileto, as dinâmicas da natureza eram explicadas através de fábulas sobrenaturais.

Foi só com o início da busca pelo conhecimento de forma metodológica que a humanidade passou a conhecer a essência das coisas.

Nesse sentido, o poder já se manifestava há muito tempo naquelas civilizações, mas a sua justificativa vinha dessa mesma dinâmica.

Com o passar dos anos, essa categoria, mesmo com os desdobramentos das ciências, ainda se manifestou de forma abstrata.

Foi só no século XIX com o advento do materialismo com base fundamental da filosofia que alguns autores passaram a tratar esse tema de forma crítica.

Isso de dá, porque até então, o que se tinha como justificativa, era que a vontade divina que definia o poder.

Essa perspectiva justifica os estamentos da idade média e, também, o absolutismo que precedeu a modernidade.

Natureza humana: um debate

Um outro ponto essencial quando se fala de poder, é a compreensão dessa categoria como sendo uma ação inerente ao ser humano.

É certo que, segundo Aristóteles, o poder é uma categoria que envolve a natureza humana em seus processos sociais.

Essa perspectiva norteou toda filosofia grega. Posteriormente, já na idade média, essa perspectiva mudou da natureza para Deus.

Porém, sua caracterização abstrata continuou sendo um de seus fundamentos e, via de regra, muita gente criticava a arbitrariedade desse conceito.

Após o renascimento, essa perspectiva ganhou aspectos ideias e, em grande medida, também manteve essa relação conceitual externa ao poder.

Uma das grandes expressões desse pensamento pode ser entendido pelo crivo de Maquiavel. Suas considerações sobre o tema se baseiam em uma sólida observação das bases mais elementares da filosofia política.

Porém, todos esses pontos têm a ver com a ideia de que esses aspectos se baseiam na natureza humana.

Mas foi no começo do século XX, influenciado pelo existencialismo, que Jean Paul Sartre fundamenta as relações sociais como fundamentais para a produção dessa “natureza”.

Ou seja, não havia mais ser antes do existir. É certo que essa filosofia já tinha sido constituída pelos pais fundadores da sociologia, mas foi Sartre que estabeleceu ela de forma mais sistemática.

Poder na sociedade

Diante de todas as dinâmicas instituídas de forma ideal sobre o poder, é possível seguir para a sua compreensão material.

É certo que toda a epistemologia dessa categoria tem como base a constatação conceitual desse ponto.

Contudo, é na forma que ele se manifesta que os filósofos contemporâneos estão preocupados em compreender.

Ou seja, quais são as manifestações que fundamentam a necessidade de se contratar um despachante CNH suspensa.

Nesse caso, o Estado aparece com um agente que se apresenta como a expressão do poder.

No entanto, ele é um elemento que faz parte dessa perspectiva e, em maior medida, é a expressão dela.

Para Weber, o sociólogo alemão, o poder era a manifestação da imposição e o Estado era a sua expressão através do monopólio da força.

Já em uma análise histórica, é possível encontrar o poder se manifestando em contraponto à liberdade.

Ao mesmo tempo que a democracia grega estava acontecendo, a escravidão também era imposta por esse monopólio.

E assim foram séculos e séculos desse tipo de relação que foi fundamentando o poder da época subsequente.

4 tipos de poder

Segundo o antropólogo francês, Pierre Bourdieu, a sociedade era classificada em esferas que fundamentam os poderes. Alguns deles são:

Poder econômico

O poder econômico é a manifestação de uma perspectiva de dominação a partir da detenção de mecanismos de produção.

Por exemplo, os donos de uma empresa que faz automação industrial com arduino podem exercer uma certa decisão em cima de seus funcionários.

Poder político

Essa é uma das expressões mais reconhecidas pela história da filosofia como sendo um jeito amplo de exercer o poder.

Seja a democracia que é o poder do povo ou o exercício da força de uma oligarquia, todas essas manifestações são políticas.

Poder ideológico

O poder ideológico tem relação com a forma de produção de discurso que pode produzir algum tipo de influência.

Veículos de imprensa e produtoras de conteúdos de entretenimento acabam sendo participantes desse tipo de ecossistema.

Poder social

Essa é uma das perspectivas onde mais vale a aparência do que a essência. Essa perspectiva se manifesta a partir de atributos de consumo, muitas vezes.

Uma família que é filiada a um sistema de clubes bastante restritos em uma cidade pode ser considerada participe deste tipo de poder.

Considerações finais

Falar sobre poder não é uma tarefa fácil. Na verdade, pode parecer um simples termo, mas não é.

São milênios de debates acalorados sobre esse tipo de categoria filosófica e, com o passar dos anos, sua percepção é colocada em perspectiva.

Por isso, entender toda a historicidade desse tipo de conceito é fundamental para que não se caia em generalismos prejudiciais.

Entender, também, o que fundamenta as suas perspectivas mais ideológicas pode ajudar a ter uma panorama geral do que ele pode representar dentro de uma sociedade.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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